Obra abandonada vira reduto de usuários de drogas


Idealizada para atender crianças e adolescentes em situação de risco e propiciar abrigo institucional, conforme previsto no Estatuto da Criança e Adolescente, a obra da Casa Lar na Ponte do Imaruim, em Palhoça, na Grande Florianópolis, virou abrigo andarilhos e usuários de drogas. Os trabalhos foram paralisados há 3 anos. Desde então, moradores de rua tomam conta do lugar.

O taxista Alberto João Filho, 65, mora a poucos metros do local. Segundo ele, diariamente é possível perceber a presença dos andarilhos. “Muitos são tranquilos, mas alguns usam drogas e temos medo justamente disso. As autoridades precisam resolver esse problema. Não dá para ficar desse jeito, literalmente abandonada”, reforça. Ainda segundo o taxista, os moradores temem ser assaltados nas proximidades da obra. Uma delas é a supervisora de vendas Tatiana Machado, 25. “Sempre tem movimentação lá, de usuários e andarilhos. Dá medo de ficar na rua”, diz.

A construção recebeu apoio da deputada estadual Dirce Heiderscheidt (PMDB) e do marido, ex-prefeito de Palhoça, Ronério Herdeischet. Na época, eles assinaram convênio no valor de R$ 1,5 milhão, através de emenda da parlamentar e contrapartida da Prefeitura Municipal junto com o Estado. Desse valor, R$ 649.388,50 foi para a construção da Casa Lar Masculina e Feminina na ponte do Imaruim.

Para tranquilizar os moradores da região o comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Paulo Sérgio, pretende intensificar as rondas nas proximidades da Casa Lar. Ele foi informado da situação no local e pede que o município providencie o fechamento do terreno. “Os responsáveis pela construção devem fechar essa área na tentativa de evitarem a presença desses andarilhos e outras situações”, defende.

A Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Palhoça informou, por meio da Assessoria de Comunicação, que se trata de uma ação em parceria com o governo do Estado e que está trabalhando na conquista dos recursos necessários para concluí-la. Não há data para a retomada dos trabalhos.

Segundo a PM, a construção abandonada não é um dos pontos críticos do município na questão do tráfico de drogas. Entre 2016 e 2017 os andarilhos chegaram a colocar fogo no entorno da obra. Segundo os moradores da região, houve um homicídio no interior da construção, o que foi desmentido pelo comandante. “Não há crime mais grave, mas mesmo assim vamos manter as rondas”, garantiu.


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