Denúncia, despejo de esgoto no mar


Esgoto a céu aberto, na rede pluvial indo direto para o mar, ocupações em área de proteção ambiental, aumento da criminalidade. Quem mora na Praia de Fora, uma das mais belas de Palhoça, na Grande Florianópolis, já não sabe a quem apelar para ressolver esses e outros problemas. Sem conseguir uma audiência se quer com o prefeito Camilo Martins (PSD), um grupo formado por cerca de 50 moradores promete uma manifestação para amanhã, às 13 horas, em frente a prefeitura.

Cansados de fazer denúncias ao Município, os próprios moradores flagraram ligações clandestinas de casas e até comércios despejando esgoto no mar e em riachos do bairro. Entre elas, uma na residência do Presidente da Associação dos Moradores, Sisto Thiago de Matos. O dirigente nega a irregularidade. “Moro longe do rio, já chamei até vigilância lá em casa para verificar. Essas pessoas apenas queriam a presidência da associação”, rebate. Matos informou que também denunciou os problemas do bairro em mais de trinta oportunidades à prefeitura e Ministério Público.

A própria prefeitura é acusada de despejar esgoto no mar. Uma máquina da administração pública foi flagrada desobstruindo bueiros e conduzindo o rejeito à praia. As informações foram repassadas ao Ministério Público pela moradora Ádila Antunes. Segundo ela, houve notificação aos órgãos competentes, mas desde então o processo não ganhou fôlego e a comunidade segue abandonada.“Os moradores foram até perseguidos, ameaçados. Não compactuamos com essa situação de total abandono. A Praia de Fora está esquecida, precisa haver fiscalização”, alega. Ainda segundo ela, o esgoto também é acompanhado por gordura da cozinha de restaurantes instalados na orla.

Área invadida por casas de alto padrão
Os moradores também levaram as denúncias para ambientalistas. “Está difícil a situação desse lugar. Pedimos apoio dos outros moradores e estamos recebendo bastante ajuda. Nossa preocupação é ambiental porque no mar também há maricultores, cultivo de mariscos, berbigão”, explica Maria de Fátima de Abreu Borges, uma das envolvidas na causa.

As invasões no canto da praia, próximo ao morro, também preocupam. “Nota-se que são residências de boa qualidade, pessoas com dinheiro e sem dúvida que envolve questões políticas”, denuncia. As casas de padrão mais elevado estariam, também, chamando a ateção de ladrões, que teriam passado a frequentar o bairro com muito mais frequencia, prejudicamento os demais moradores. A prefeitura de Palhoça, em nota, disse que foi notificada das denúncias pelo Ministério Público e que vai fiscalizar as ligações clandestinas de esgoto e as invasões na Praia de Fora.


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